11 de jun. de 2009

Comunicação a uma academia Franz Kafka

"Ah! como se aprende, quando é necessário; como se aprende, quando se busca uma saída! Aprende-se como se à ponta de um chicote: à menor desobediência lá se vai uma chibatada! Minha natureza simiesca passou a afastar-se de mim a olhos vistos, tão depressa que meu primeiro treinador é que quase se transformou num macaco (...) Passei por uma sucessão de TREINADORES (o grifo é meu) (...). Ah, o progresso é isso! Essa penetração do saber, cujos raios vêm de todos os lados para iluminar o cérebro que desperta! Não há porque não admiti-lo: eu estava deslumbrado! Mas, confesso-o também, de modo algum eu o superestimava àquela época, e muito menos agora! Foi graças a um esforço que não encontra até hoje seu equivalente na Terra que eu adquiri a cultura média de um europeu. Isso talvez não seja dizer muito, mas era progresso no sentido em que me libertou da jaula e me proporcionou esta saída humana. Todos conheceis, sem dúvida, a expressão coloquial "Sair da rotina"; pois foi exatamente o que eu fiz: saí da rotina. Não tinha escolha, pois, como já vos declarei, não era a liberdade pela liberdade que eu buscava (...)
Kafka, Franz. Comunicação a uma academia.

Máscara - Pedro, o Vermelho - com Juliana GaldinoPensamento salvador: "Se os homens tratam os macacos deste modo, deixarei de ser macaco".
Alienação, massificação, condicionamento, adestramento, aculturação, colonialismo, globalização.
Por que ser diferente, se posso ser igual. Por que não apertar mãos? Não fumar cachimbos? Não beber aguardente? Não falar? Não pensar?
"O que perco: a liberdade da minha essência
O que ganho: a possibilidade de cometer erros, pq. afinal errar é humano".

Mas!!! que liberdade de essência é esta ??? Tá estranho tudo isso, muito estranha esta postagem, muito confusa estas colocações ... Uma parte minha não entendeu ...

Kafka, autor de Metamorfose, O processo, O castelo, Um artista da fome, entre outros.

Li, O castelo de Franz Kafka, em poucos dias, mas é como se nunca tivesse saido do início do romance. Aldeia e castelo, o real e o sobrenatural, o consciente e o inconsciente, as sombras do bem e as sombras do mal, tudo se misturava e me confundia. Paralisada, espantada, angustiada, tentava avançar, entender, queria explicar .... até que percebi num movimento paralisante , que tentar explicar o castelo é tentar explicar o inexplicável, o estonteante.

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