"De repente, a morte suspendeu suas atividades no país. A nação se embandeirou: tinha sido escolhida para a imortalidade, depois de milênios de sofrimento e sujeição à "indesejada das gentes". Ano Novo, vida eterna, porque desde 1º de janeiro ninguém mais morria nesse estranho canto do mundo...O primeiro ministro teme uma crise. O cardeal antevê o pior: "sem morte não há ressurreição, e sem ressurreição não há igreja". Uma orgnização secreta - a máphia - surge para tirar proveito."Em poucas páginas Saramago de forma inteligente e irônica, apresenta uma sociedade em que a morte faz 'greve' e como a 'imortalidade' é capaz de tensionar e afetar o dia a dia das pessoas...
"...era um simples fósforo, o fósforo comum, o fósforo de todos os dias, que fazia arder a carta da morte, essa que só a morte podia destruir. Não ficaram cinzas. A morte voltou para a cama, abraçou-se ao homem e, sem compreender o que lhe estava a suceder, ela que nunca dormia, sentiu que o sono lhe fazia descair suavemente as pálpebras. No dia seguinte ninguém morreu."
A morte não estava em greve no dia 18 de junho, há exatos 30 dias atrás.
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