28 de fev. de 2009

Nel mezzo del camim..

Nel mezzo del camim...

Olavo Bilac


Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada
E triste, e triste e fatigado eu vinha.
Tinhas a alma de sonhos povoada,
E alma de sonhos povoada eu tinha...

E paramos de súbito na estrada
Da vida: longos anos, presa à minha
A tua mão, a vista deslumbrada
Tive da luz que teu olhar continha.

Hoje segues de novo... Na partida
Nem o pranto os teus olhos umedece,
Nem te comove a dor da despedida.

E eu, solitário, volto a face, e tremo,
Vendo o teu vulto que desaparece
Na extrema curva do caminho extremo.

Olavo Bilac

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Há! meu dia-a-dia era cheio antes...traço aqui, traço lá, 1904, 1944, 1971. A partir de 2009, meu dia a dia ficou cheio de espaços para serem preenchidos..., é portanto, um dia a dia, cheio de espaços vazios.

27 de fev. de 2009

Alerta

Óh! My Good!!!
Valhei-me todos os santos e Engodos!!!!
Consegui ser parabenizada na véspera do meu aniversário por ''máquinas', equipe Second Life, equipe Disso, equipe Daquilo, etc e tal. Mas o mais incrível é que descobri que nem todos os que fazem parte da equipe me parabenizam. Do Alerta de Aniversário, foi só uma parte....
Que parte será esta? Eles sabem meu nome e sobrenome... que outras coisas saberão de mim?
Em tempos modernos, encontro mais gente virtual que gente real.
Quero ir mais fundo no subsolo, quem sabe lá eu possa efetivamente abraçar-me em alguém... e no dia 'dito', sair prá rua abraçando os outros também.

"Oi Jorcenita Vieira,
Queremos te desejar um Feliz Aniversário de parte de Alertadeaniversario.com!
Não esqueça adicionar os aniversários de seus amigos e familiares em seu calendário em http://alertas.sonico.com/add_birthdays.php
Muitas Felicidades!
Até mais
http://alertas.sonico.com
Não esqueça de dizer Feliz Aniversário as pessoas que você gosta."

Sim, alertas.sonico.com, tentarei não esquecer.
Psiu!!! cá entre nós...., eu seguidamente ralho e brigo com as máquinas, e você ?

26 de fev. de 2009

O sonhador II

Ficarei na 'inércia consciente', com os sentidos todos calados, colados, parados, silêncio completo, vazio total, nada absoluto, unidade no fim dos confins...serenidade...
subsolo
***
pa
palácio de cristal,
janelas transparentes, teto de....
"Estou certa que meus pecados me encontrarão"

βίβλιον


Uma frase do orkut: "Ao retirar um demônio de seu corpo, você estará retirando o melhor que havia em você".
Uma frase minha: Eu acredito na unidade, individualidade, átomo, dualidade e é claro, no ódio e no amor como sincronicidade... Anjo e demônio, duas faces de uma mesma moeda.

"A águia gosta de pairar nas alturas, acima do mundo, não para ver as pessoas de cima, mas para estimulá-las a olhar para cima" (Elisabeth Kübler – Ross)

25 de fev. de 2009

Queria criar algo novo

Queria ter uma grande idéia, criar uma coisa nova, nascer de algo novo, não de velhas idéias, velhos conceitos, e tudo o que já existe. Queria também o impossível, que o tempo voltasse atrás! Esta melancolia é talvez porque está chegando o meu aniversário. Passo no tempo, não paro no tempo, o tempo é que está parado, estou em constante movimento. Consigo voltar nele e roubar de um buraco algo que me faz chorar.

Queria
Queria não dar control C, control V,
Queria escrever algo exclusivo prá você
Queria falar de coisas grandes e pequenas
Queria falar de buraco negro onde tudo some
E de buraco branco de onde tudo sai
Queria falar da criatividade
Da solidariedade
Da falta de responsabilidade
Da não inserção social
Queria falar de mistério, hahaha
Queria falar de água
Queria falar de ar
Queria falar de amor
Respiração...
Queria falar de paz!
Queria falar do natural sobrenatural
Queria ignorar tudo que explica
E aceitar tudo que é vida
Queria valorizar a vida
Me maravilhar com a vida
Viver a vida,
Tudo é vida
e anseia por viver

Tudo o que sei é considerado um buraco, no universo infinito!

DO VAZIO PARA O NADA

Memórias do subsolo é dividido em 2 partes: "O subsolo" e "A propósito da neve molhada".
Na primeira o narrador se lança contra os idealistas subordinados às leis da natureza na busca da harmonia social e espiritual. A segunda parte é constituída de uma narrativa do homem subterrâneo, permeado de autodegradação, desdém, tédio, ódio, crueldade, tragédia, desespero, remorso.
"O monólogo incial de Memóriss do subsolo proporciona ao leitor momentos impagáveis de humor negro e anarquismo metafísico. Mas a mensagem desse habitante das catacumbas da existência é clara: utopistas como Tchernichévski ou Fourier (frequentemente aludidos ao longo do texto) são, na verdade, avatares do "Grande Inquisidor" de Os irmãos Karamazov, que oferece aos homens segurança e conforto ao preço do aniquilamento de seu livre-arbítrio e de sua torturada paisagem interior".

DA CULPA PARA A REDENÇÃO

"enfraquecei a tutela e nós ... eu vos asseguro, no mesmo instante pediremos que se estenda novamente sobre nós a tutela". p.146

24 de fev. de 2009

"Do oco para o vazio" F.D.

"O resultado direto e legal da consciência é a inércia, i.é, o ato de ficar conscientemente sentado de braços cruzados (...). Faço exercício mental e, por conseguinte, em mim, cada causa primeira arrasta imediatamente atrás de si outra, ainda anterior, e assim por diante, até o infinito. Tal é, de fato, a essência de toda consciência, do próprio ato de pensar". p.29-30
"O homem, seja ele quem for, sempre e em toda parte gostou de agir a seu bel-prazer e nunca segundo lhe ordenam a razão e o interesse." p.39
"Exitem no mundo as leis da natureza, de modo que tudo o que ele faz não acontece por sua vontade, mas espontaneamente, de acordo com as leis da natureza." p. 37
-E a minha liberdade de escolhaaaaaaaaa!!!!!!!!!!!????????
"Do quê depende as nossas vontades? As nossas vontades são, na maior parte, equívocos devidos a uma concepção errada sobre as nossas vantagens.
Se queremos às vezes um absurdo completo, é pq. vemos nesse absurdo, devido a nossa estupidez, o caminho mais fácil para atingier alguma vantagem previamente suposta." p. 40
"Se a vontade se combinar um dia completamente com a razão, passaremos a raciocinar em vez de desejar." Iupiiiiii.

"Como foram poucas, tão poucas", pensava eu de passagem, "as palavras necessárias, quão pouco idílio (e idílio falso, livresco, inventado), para revirar no mesmo instante toda uma alma humana ao jeito que se queria. Isto é que é virginidade! Isto é que é um solo intocado!". p.126

"Queria tranquilidade, ficar sozinho no subsolo." p. 142

"O que é melhor, uma felicidade barata ou um sofrimento elevado?
Vamos, o que é melhor?" p. 145

"Por Deus que não é interessante: um romance precisa de herói e, no caso, foram acumulados intencionalmente todos os traços de um anti-herói, e, principalmente, tudo isso dará uma impressão extremamente desagradável, porque todos nós estávamos desacostumados da vida, todos capengamos, uns mais, outros menos." p. 146

No meu 'kanto' de encantos tudo é Belo e sublime !


Sou cabeça dura mesmo! Quando ponho uma coisa na cabeça...Valha-me óh, Deus!
Saiam de perto. Fujam se puderem....Agora imbestei que só os russos escrevem bem...
É claro, não descobri os outros ainda e enquanto não descobri-los, só existirão os russos, para mim.
Leio deles e neles, coisas interessantes que tocam alguma coisa lá dentro e aqui fora. Ontem mesmo li às pressas Manual da paixão solitária, leitura dinâmica, pulando algumas partes ou porque conhecia a história bíblica de Tamar ou porque minha amiga já tinha me falado sobre o livro, ou por que.... Agora ponho-me a ler Memórias do subsolo e começo a ter espasmos no rosto, volto cada parágrafo, paro para escrever.
Impossível ficar impassível!!!
Agradeço ao meu amigo 'Dostoiévskiano', que me emprestou todos os livros nas melhores traduções e que já me ensinou a pronunciar Tur guê niev .

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"Uma consciência muito perspicaz é uma doença, uma doença autêntica, completa. Para o uso cotidiano, seria mais do que suficiente a consciência humana comum, isto é, a metade, um quarto.." p.18

"Quanto mais consciência eu tinha do bem e de tudo o que é "belo e sublime", tanto mais me afundava em meu lodo, e tanto mais capaz me tornava de imergir nele por completo." p.19

- O problema que vejo e sinto, não é imergir no lodo, mas amá-lo e nele sentir prazer!

Parei e escrevi para mim mesma, agora continuo a leitura e vejo que o prazer não foi só meu...(risos). Por isso amo os russos, encontro neles o que encontro em mim. @*&%@ ou seja ter consciência demasiada da minha própria degradação.

"...chegava a ponto de sentir certo prazerzinho secreto, anormal, ignobilzinho quando às vezes, em alguma horrível noite de Petersburgo, regressava ao meu cantinho e me punha a lembrar com esforço que, naquele dia, tornara a cometer uma ignomínia e que era impossível voltar atrás...Sim, num prazer, num prazer!Insisto nisso."

Homens de ação_*Homens de pensamento
*normal_________ *desviam-se dos 'muros'
*estúpido________ *consciência hipertrofiada
*natureza________ *cheios de interrogações e dúvidas, esgueiram-se para as fendazinhas(enterrando-se no subsolo).
"Mas é exatamente neste frígido e repugnante semidesespero, nesta semicrença, neste consciente enterrar-se vivo, por aflição, no subsolo ... em toda esta peçonha dos desejos insatisfeitos que penetraram no interior do ser; em toda esta febre das vacilações, das decisões tomadas para sempre e dos arrependimentos que tornam a surgir um instante depois, em tudo isto é que consiste o sumo daquele estranho prazer." p. 24

Acho que Sábato bebeu na fonte de Fiódor, na auto-inumação dos seus heróis e +:

"Sou um indivíduo que se aprofundou em sua própria consciência e quem é que, tendo afundado nos vincos de sua consciência poderá respeitar-se?" p.302 Sobre heróis e tumbas.

"Mas isto realmente ocorre porque eu não me respeito. Pode porventura um homem consciente respeitar-se um pouco sequer?" p.28 Memórias do subsolo

Lembrei de Rilke, ao ler: "ame apenas o processo de atingir o objetivo, e não o próprio objetivo".p.46

E de ????

"- Isto não é engraçado! gritei para Fierfítchkin, cada vez mais irritado. Os culpados são outros, não eu." p.87
"harmonia geral".p.90
"preparava-me para algo extraordinário" p.92
O personagem principal (narrador), agarra-se ao capote de Símonov e lhe pede seis rublos para o futuro dos quais realizará todos os "projetos....". p. 96
Precisando de um padrinho para custear seus planos pensou: "O primeiro transeunte a quem eu me dirigir na rua terá obrigação de ser meu padrinho". p.99
"Está predestinado, é o destino!" p.100
"..ia acontecer impreterivelmente naquele momento, e nenhuma força poderia me deter...".p.101
"havendo amor, pode-se viver, mesmo sem felicidade. Até na aflição a vida é boa". p.107
"Com sentimentalismo talvez não se consiga muita coisa.(...) Onde não existe amor, também não há razão". p.111
"Antes de acusar os outros, é preciso que cada um aprenda por si mesmo a viver!" p.113
Humilhando e ofendendo Liza: "Porque todas aqui são escravas e há muito perderam a consciência e a compaixão". p. 116
"Meu apartamento era meu palacete, minha casa, o estojo em que me escondia de toda a humanidade". p. 129
Ele era infeliz, e ela compreendera isso.
"O amor consiste justamente no direito que o objeto amado voluntariamente nos concede de exercer tirania sobre ele". p.142

"....Embora a consciência seja a maior infelicidade para o homem, ele a ama e não a troca por nenhuma outra satisfação. A consciência está acima do dois e dois.....Depois de dois e dois, certamente, nada mais restará, não só para fazer, mas também para conhecer. Então, cala-se os 5 sentidos e se imerge na contemplação...."

Minha criação diária

A tecla deletar, seria a mais literária nesta postagem, entretato como nem tudo tem lógica neste mundo, o texto que segue também não tem. Simplesmente segui a vasão, pressão, fluxo do meu pensamento e teclei ininterruptamente, com exceção da tecla que daria sentido a tudo: a tecla Del.


Se tudo que conhecemos bem, perde o encanto
e já não nos interessa mais,
então é necessário algum mistério, alguma dúvida...

Estou trilhando um caminho cheio de dúvidas e incertezas,
A cada nova resposta, novas dúvidas aparecem.
Felizmente eu não me conheço totalmente,
tampouco conheço as respostas,
e cada dia que passa, menos ainda mais.

Estou sempre mudando, e tudo em mim também
minha percepção é pontual e ilusória
não quero perder o interesse por mim
não quero perder o interesse pela vida
não quero perder o interesse pelo desconhecido

tudo o que é desconhecido me fascina,
me intima, me chama, conclama
minha alma, canta, clama, grita !
- Sinta, experimente, viva a vida !

Fodam-se os medos, não quero respostas prá tudo
Aliás, tem coisas que nunca irei entender...
quero continuar 'mundando' o que sou,
para conhecer o que não sou
me perder num caos de nada
prá viver além de mim

Quero continuar vivendo tudo,
experimentando tudo

do jiló ao caviar
da levitação ao samba enredo

me extinguindo a cada dia,
amando o momento a tudo e todos

e lentamente atravessando,
de país em país
para o outro lado da vida
sentindo o sentir,
sem saber,
sem muitas vezes compreender...

infinito oceano.

"Um dos paradoxos dolorosos do nosso tempo reside no fato de serem os estúpidos os que têm a certeza, enquanto os que possuem imaginação e inteligência se debatem em dúvidas e indecisões".Bertrand Russel

"Arte e paixão preenchem qualquer vida" Moacyr Scliar

"(...) "Arte é assim. Paixão também. Arte e paixão preenchem qualquer vida. Mesmo que se trate de paixão solitária. Afinal, de certa forma, até mesmo Deus é um solitário. Não é mesmo, Deus?" (...)
Na vida, como nos sonhos, há muita coisa que a gente nunca chega a entender".

23 de fev. de 2009

Gógol *1809 - 2009

A UNESCO anunciou 2009 como "o ano de Gógol".

"Nicolau Vasilievich Gogol (russo: Николай Васильевич Гоголь) (Welyki Sorotschynzi, Poltawa, Ucrânia, 1 de abril de 1809 - Moscou, Rússia, 4 de março de 1852); escritor russo de origem ucraniana".

22 de fev. de 2009

Segundos

De olhos fechados, meditava
imaginava e via somente treva
o céu carregado de nuvens,
escondia as estrelas da terra

Um piscar de desconcentração
Um piscar de pura ilusão
Fez com que eu pensasse já ser dia!

Era apenas a resposta de um relâmpago,
que num segundo iluminou a escuridão
e que se transformou em poesia.

Execução, obscenidade, desajustamentos

"Ele quer aterrorizar-me, porém, eu não tenho medo."Tolstói
" matemático do horror". Vladimir Pozner

"Minha alma emudece
sobre as coisas ocultas
meu corpo estremece
sobre as mesmas coisas". Nita

Os sete enforcados - Leonid Andreiev

Kirilka

"A verdadeira intenção de cada um de nós estava evidentemente em estabelecer uma linha de conduta para o próximo; e os propagandistas, que nos acusam de egoísmo, são injustos, porque no nosso puríssimo desejo de vermos os outros melhores, esquecemo-nos sempre de nós mesmos. É talvez por isso que somos tão maus". Gorki, Máximo. Kirilka. In: Contos russos

Máximo (1868-1936)

Maximo Gorki, escritor russo, amigo de Lenin.
"Tudo quanto eu observava diretamente, quase nada tinha de comum com a compaixão. A vida desenrolava-se perante mim como cadeia sem fim de hostilidade e de crueldade, como luta ininterrupta e desonesta pela posse de coisas sem valor. Pessoalmente, eu só tinha necessidade de livros, sendo, tudo o mais, insignificante aos meus olhos." Máximo Gorki

CaRnAvaL 2009 ***** 08:56 *****

Senta a pua,
Jorcenita
POA, 2009


Nem acredito, que estou
balançando o Porto Seco!
querendo + muito mais ,
Posição : exatamente 08:56

20 de fev. de 2009

Oficina de Teatro

Até ontem só me apresentava ...
E agora que preciso atuar,
não gostaria de representar...

Amanhã será minha 'ex-treia' !

Grupo Unidos pela arte, apresenta
" Unidos pela arte ", dia 21\02

_
Elenco_:
Mitres
Oglacir
Eduardo
Fabricio
Jorcenita

Sempre chove no carnaval

Chove sobre Santa Cruz
meu coração está aos pulos
amanhã pularei em outras avenidas

A chuva pula do céu
e a gota pula na sacada

Meu olhar pula prá molhar a chuva que cai
Seguro o meu olhar por um instante, e vejo:

Minha essência está em silêncio
observando tanto pulular
mas querendo a solidão da liberdade

Chove sobre Santa Cruz.
Tacho vendo, em toda a cidade.
____________
É.... me deixe ser livre!
Í... me deixe ser só!

19 de fev. de 2009

Teatro

" Não sei quantas almas tenho .
Cada momento mudei".
Fernando Pessoa

Incômodos diários

Algumas coisas, às vezes me incomodam
unhas mal feitas
cabelo desgrenhado
falta de fé,
pés no chulé

+ nada + me incomoda
do que aquela que quando criança
apanhou algumas boas tundas

Eu quase não a vejo,
mas a sinto
a percebo
e noto nos reflexos
dos olhares

sinto-a pesada,
carregada, temerária
carrega um pouco de mim
olhos reais e olhos imaginários

Fico desacomodada,
e ao meu modo
atrapalhada, incomodada

Ela não está nem aí,
afinal, nem pensa
só é impulsionada a pular
tremer e pular...

e eu fico morrendo de vergonha.
___________________

Ás vezes sinto vontade de andar dentro de um barril como um filósofo de tempos idos...
Não se enganem, é patético, pateta, enquanto não posso rolar dentro de um barril, criarei a maldita vergonha e farei uma bendita dieta.

Pela primeira vez na vida


Eu quero ver, eu quero ver
Se terei jeito de desfilar...
Azul, vermelho e branco,
batuque de encanto,
tenho receio que não consiga aguentar...

hehehe
foi só para fazer uma paródia do samba enredo da Vila do Iapiiiiiii

http://www.uniaodavila.com.br/noticias.htm

Anete que cai !

Sem telefone
Sem Net
Sem internet
Cem unidades de ligações faço seguidamente reclamando por ficar sem.
E com zilhões de possibilidades de acesso fico seguidamente sem acesso.
Cai acento,
Cai ideias,
Cai Anete.

17 de fev. de 2009

Cult

Vinha choramingando pela estrada afora hoje a tarde!!!
Fora os problemas nos calos, dentro as pedras no meu sapato, mas minha indignação e admiração maior era com a quantidade de informações fora, e o meu pequeno mundo interior dentro. Pequeno sim, pois egoista, às vezes pessimista, reducionista e pouco altruista.
Meus choramingos eram tentativas de respostas e muitos porquês:
Por que!!! por que não consigo lêr tudo o que quero?
Por que não consigo entender tudo o que preciso?
Por que não consigo alcançar o que espero?
Por que estou com um passo sempre atrás do outro?
Por que, porque, por que, porquê??????
Foram tantos os porquês, separados ou com acento, sem acento e tudo junto...
De repente...olho pra capa da cult e fico feliz!
Não consegui ainda identificar o Gógol do Tchekhov...mas aquele bando de barbados me deixou infinitamente feliz e por um instante de doce ilusão, esqueci todos os porquês....

16 de fev. de 2009

Esta noite

Hoje estou cansada.
Não irei escrever,
preciso dormir para descansar meu sono
e dar asas aos meus sonhos...

Tenho que me preparar para ...
Tenho que me preparar
para ...
Tenho que me preparar
para ...

Se este mantra funcionar....
nem precisarei mais me preocupar,
só bastará ... ... ... me preparar .

14 de fev. de 2009

O sonhador



Minha vontade malvada foi levada
mas meu espírito espreita
no mais profundo do ser
... malévolo espectador

desejos reprimidos
transgredidos, obstruídos,
comprimidos pretos e coloridos

a pressão corre nas veias
o sangue escorre dos olhos.
Os lábios roçam a língua ?
uma mistura de vontade, café, desejo
esperança e fé

o corpo estremece o cárcere
desejo não saciado
condenado pelo tempo a ser dor
a ser um eterno sonhador

Inspiração após leitura de um poema brilhante como o sol
e perturbador como a escuridão de Cristiano Ismael Zajac.

13 de fev. de 2009

Desafio

Em uma nebulosa sexta-feira 13, em que preparo uma palestra para uma quinta-feira 12, desafio vocês a continuar....

T.S. Eliot
"Onde está a vida que perdemos vivendo?
Onde está a sabedoria que perdemos no conhecimento?
Onde está o conhecimento que perdemos na informação?"

Langridge acrescenta:
"Onde está a informação que perdemos na biblioteca?"

12 de fev. de 2009

Far beyond the sun with Yngwie Malmsteen


Contra Gotas

Teu silêncio me perturba e me conforta
penetra até a divisão da minha alma,
atinge meu pensamento como a força do ar

balançando meu sentimento
as lágrimas saltam do seco
desajeitadas, desajustadas
mal sabem inda rolar

a chuva cai na vidraça
tocando gota na gota
ambas almejam ser mar
para nunca mais secar

Museuafrobrasilpontocompontobeérre

Não consegui dormir,
não consegui sonhar,
não consegui pensar,
irei apenas 'colar' neste contexto o texto.
Texto que supre,
supremo.
Texto de CRUZ,
e de sousa

Triunfo Supremo - Cruz e Sousa

Quem anda pelas lágrimas perdido,
Sonâmbulo dos trágicos flagelos,
é quem deixou para sempre esquecido
o mundo e os fúteis ouropéis mais belos!

É quem ficou no mundo redimido,
expurgado dos vícios mais singelos
e disse a tudo o adeus indefinido
e desprendeu-se dos carnais anelos!

É quem entrou por todas as batalhas
as mãos e os pés e o flanco ensangüentando,
amortalhado em todas as mortalhas.

Quem florestas e mares foi rasgando e
entre raios, pedradas e metralhas,
ficou gemendo mas ficou sonhando!

Fonte: www.dominiopublico.gov.br

8 de fev. de 2009

Oba oba


OBAMA, Barack. A origem dos meus sonhos. São Paulo: Gente, 2008. 450 p.

Gosto de ler contos, ficções, poemas, mas tenho um particular prazer por escritas das vidas.

Sobre morar só

Tenho experimentado o gostinho de morar só e estou satisfeita, podem crer.
Saio quando nem espero, visto a roupa que quero, chego a hora que bem entender.
Aprendi a escolher, aprendi a distinguir, sou dona meu nariz.
Existe coisa melhor do que sentir-se livre?
Livre para decidir pequenas coisas: com quem vai jantar, o quê vai jantar, se vai ler ou navegar, assistir um filme ou namorar, dormir ou sair para dançar, via andante ou viajar. Sempre estou comigo mesma, procuro não me perder de vista, e do alto da minha solidão escolho e acolho.
Será isso natural? Será este um fenômeno mundial?
Evitarei terminantemente de me apegar a alguém em especial serei dura comigo mesma. Me apegarei à vida no mundo e ao meu caminhar. Sei onde meus pés estão, não sei onde eles vão me levar.

Talvez ao "sítio aonde nos esperam."

7 de fev. de 2009

A viagem do elefante

Salomão, o Elefante Diplomata de D. João III, viajou da Índia a Portugal, Valladolid, depois Espanha, Itália e finalmente: Viena de Áustria, em 06 de janeiro de 1552. A viagem é romanceada porJosé Saramago.


Paquidermes encantaram e arrastaram ao longo da história Imperadores, Reis, Rainhas e Papas. SARAMAGO, José. A viagem do elefante. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.


"Sempre chegamos ao sítio aonde nos esperam". O livro dos Itinerários

O presente dado ao primo Maximiliano II, quando do seu casamento com a filha do Imperador Carlos V, há 4 anos, sempre parecera indigno da sua linhagem e merecimentos. Sendo assim, agora que ele estava tão perto, em Valladolid, como regente da Espanha, o rei Dom João III ofereceu-lhe algo mais valioso, que desse nas vistas, grandioso, espetacular.
- O salomão!
- Rei de Judá?
- Não, Salomão o elefante. Retruca Catarina d'Áustria, sem pestanejar.
Afinal, há mais de dois anos que o animal viera da Índia e desde então não fizera outra coisa que não vir e ir, comer, cagar e dormir.

"Por conta dos caprichos de um rei e de um arquiduque, Salomão não decepcionou as cabeças coroadas, remata o autor, ou seja, sempre se chega aonde se tem de chegar".

Há, mais ainda, eram Subhro e Salomão, na Áustria serão Fritz e Frid(ops) Solimão.


Citações extraidas do livro:
"Uma adulação repetida acabará inevitavelmente por tornar-se insatisfatória, e portanto ferirá como uma ofensa." p.16
"Dando tempo ao tempo, todas as coisas do universo acabarão por se encaixar umas nas outras". p.19
"As contradições que andavam a digladiar-se no íntimo da rainha haviam chegado a uma síntese, a mais banal de todas, ou seja, que ninguém foge ao seu destino*."
"A vida ri-se das previsões e põe palavras onde imaginávamos silêncios, e súbitos regressos quando pensamos que não voltaríamos a encontrar-nos." p.32
"Assim é a lei da vida, triunfo e olvido." p.69
"Somos, cada vez mais, os defeitos que temos, não as qualidades." p.145
"Ter de pagar pelos próprios sonhos deve ser o pior dos desesperos." p.195
"Cada um é para o que nasceu, mas há que contar sempre com a possibilidade de que nos apareçam pela frente excepções importantes." p.209
"Entre falar e calar, um elefante sempre preferirá o silêncio." p.229
"Diz-se, depois de que primeiro o tivesse dito Tolstói, que as famílias felizes não tem história, também os elefantes felizes não parece que a tenham." p.233
"Como já deveríamos saber, a representação mais exacta, mais precisa, da alma humana é o labirinto. Com ela tudo é possível." p.237
"Se toda a gente fizesse o que pode, o mundo estaria com certeza melhor." p.253


*Bem ... se ninguém foge ao seu destino ... Qual o sentido da vida?
Responderia o poeta ou o filósofo: O sentido da vida é não ter nenhum sentido.
Diria a Nita: o amor, o sentido da vida é amar.
Diria a Jorce: o viver, o sentido da vida é morrer.
FILOSOFIA DO ELEFANTE : "SE NÃO PODE SER, NÃO PODE SER".

6 de fev. de 2009

Na serra do azeite

Falamos tanta besteira, rimos até doer o maxilar, das rimas que fazíamos enquanto estávamos a viajar.

Curva e caminhão
De dia atenção
De noite tensão


Juntamos palavras do asfalto, esfolando as palavras lentamente, para fazer juz às nossas inteções de rimar e rir novamente, ex.:

- Olha! o Miro saiu da mira.
- Ei, mirou o Miro?
- Viram o Miro?

Tudo era motivo de risadas, gargalhadas, engraçado agora não sinto graça.
Em Registro Registramos que estávamos em Registro e na ânsia por chegar, cheias felicidade, confundimos o clarear do dia com as luzes da cidade.

Numa dessas, a Iná, se concentrou e na escuridão da boléia, plasmou, a uns 80% por hora, a velocidade do pensamento não ouso imaginar. Acendi a luz e lá estava escrito o comentário que eu fizera da placa e da árvore e o comentário do sábio que sabia a engenharia da estrada ...

Sabedoria que dirige
Discute com a lei da estrada
mesmo a curva que a placa disse
Ele sabe, é disfarçada!

A árvore avisa o motorista
onde ele pode correr
sua amiga e da rodovia
é sinal verde, que não pode morrer.

Tudo não passou de uma rápida sucessão de fatos e momentos vividos, que serão guardados por dias, meses, em minha memória, talvez anos e quem sabe por toda a minha vida.

Lou Andreas-Salomé

(Friedrich Nietzsche, Paul Ree and Lou Andreas Salome)
Não tenha necessidade de nada!
Não tente adequar a sua vida a modelos, nem queira você mesmo ser um modelo para ninguém.
Acredite: a vida dar-lhe-á poucos presentes.
Se quer uma vida, aprenda … a roubá-la!
Ouse, ouse tudo!
Seja na vida o que você é, aconteça o que acontecer.
Não defenda nenhum princípio, mas algo de bem mais maravilhoso: algo que está em nós e que queima como o fogo da vida!!”

Lou Andreas-Salomé
____________________________________________________________________
Leia, veja e ouça, sinta o impulso ao pensamento, e consequentemente o impulso à vida

"... não pensem que o conhecimento da realidade, mesmo o da mais feia realidade, seja belo. Já a felicidade do cognoscente aumenta a beleza do mundo [...]: dois homens tão basicamente diferentes como Platão e Aristóteles eram unânimes quanto à fonte da suprema felicidade [...]: acharam-na no conhecimento, na atividade de uma razão bem treinada em descobrir e inventar (e não, por exemplo, na 'intuição' [...] ou nas visões [...] ou na criação [...]) [...]!" Aurora, 550.
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Em tudo o que um homem deixa ficar visível, pode-se perguntar: o que estará escondendo? do que estará desviando nosso olhar? que preconceitos estará provocando? E ainda: até onde vai a sutileza de seu fingimento? E nisso, onde se engana? F.N.
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Tudo quanto é profundo ama a máscara [...] todo espírito profundo precisa de máscara, e mais ainda, em torno de todo espírito profundo se forma constantemente uma máscara...
Por sobre a máscara se oculta o divino.
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Dionisíaco, decante, extemporâneo, culto ao gênio...posteriormente o último período filosófico de Nietzsche se volta contra a moral compasiva, para ele só se chamará de homem superior àquele que abrigue em si a total plenitude dos impulsos e instintos apaixonados, portanto, um homem mau.
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Possuída, plagiei as idéias e o espírito: Sou sempre outra e sempre a mesma, diferente na igualdade, transformo minhas angústias e meus tormentos em nirvana. Me modifico, solidifico, reabsorvo-me e interagindo comigo mesma fico sendo com tudo um pouco e fico sendo apenas um.
____________________________________________________________________
Agora estou a ler: ANDREAS-SALOMÉ, Lou. Nietzsche em suas obras. São Paulo: Brasiliense, 1992. 279p.
Depois, na fila de espera, me espera: SARAMAGO, José. A viagem do elefante. São Paulo: Companhia das Letras, 2008. 256p.

5 de fev. de 2009

Ainda do Memorial da América Latina

No memorial me deparei com J. L. Borges!

Ignoramos o
sentido do Dragão
Como ignoramos o
sentido do universo.
Mas algo há em sua
imagem que se har-
moniza com a imaginação
dos homens. E assim
o dragão surge em diferentes
épocas e latidudes.
J. L. Borges


Americanos e latinos,
vento quente do Equador,
brisa mansa do lado Andino
Meus pés doendo de tanta dor
Dói cabeça, dói braços, dói até a bunda
Mas vamos lá, pega o metrô e desce na Barra Funda!
Prédios,
Far
Cidade
mácia
Cidade
Pes
Cidade
soas
CiDAde
Tô na dúvida, linha verde ou linha azul, Paraiso ou Liberdade?

"O Memorial da América Latina é um complexo cultural cujo conjunto arquitetônico desenhado por Oscar Niemeyer ocupa 84.480 m2 da Barra Funda, em São Paulo. Entre os equipamentos desta fundação pública estadual, destaca-se o espaço museológico do Pavilhão da Criatividade. Ele abriga cerca de 4 mil peças artesanais do Uruguai, Paraguai, Brasil, Chile, Bolívia, Equador, Peru, Guatemala e México. Outro espaço de exposição é a Galeria Marta Traba, que organiza mostras de arte contemporânea e antologias de importantes artistas latino-americanos. A música erudita e popular, o teatro, a dança e o cinema também têm lugar no Memorial, em um dos maiores anfiteatros do Estado, o Auditório Simón Bolívar, com capacidade para 1609 pessoas. Concebido para integrar, divulgar e fomentar a cultura latino-americana, o Memorial ainda oferece ao público uma biblioteca com livros, jornais, periódicos, revistas, filmes e gravações sonoras sobre a história da América Latina".

Claro, Clara, Claridade

A vida me pregou uma bela peça hoje, merda! Sempre encontro algo para me maravilhar!
Será que sou idiota, mesmo?? Sei que a vida não é este conto de contos, tem os subterrâneos também...mas adoro, inclusive....

O mundo...como é mesmo Igor?? háháhá é redooondo, bem redooonnno (ato falho). Claro, Clara, Claridade.

"Quando escolhi a selva,
para aprender a ser,
folha por folha,
estendi as minhas lições
e aprendi a ser raiz,
barro profundo,
terra calada,
noite cristalina,
e pouco a pouco mais,
toda a selva".
Pablo Neruda

Poema que copiei no Memorial da América Latina em Sampa.

4 de fev. de 2009

Maiakóvski


Vladímir Maiakóvski matou-se no dia 14 de abril de 1930 e deixou um bilhete.
"A todos
"De minha morte não acusem ninguém, por favor, não façam fofocas. O defunto odiava isso.
"Mãe, irmãs e companheiros, me desculpem, este não é o melhor método (não recomendo a ninguém), mas não tenho saída.
"Lília, ame-me.
"Ao governo: minha família são Lília Brik, minha mãe, minhas irmãs e Verônica Vitoldovna Polonskaia.
"Caso torne a vida delas suportável, obrigado.
"Os poemas inacabados entreguem aos Brik, eles saberão o que fazer. ´Como dizem: caso encerrado,
O barco do amor
espatifou-se na rotina.
Acertei as contas com a vida
inútil a lista
de dores,
desgraças
e mágoas mútuas.´
Felicidade para quem fica.
Óssip Brik, Lília e Maiakóvski, 1929

"Estes moralismos estúpidos, esta tentativa de esconder a verdade das relações humanas, fazem com que se espalhem versões absurdas. Dizem por aí que vivíamos em mènage à trois, põe a culpa toda em mim, como se houvesse culpa em casos como este! Casei com Óssip Brik por amor....passei a ser mulher de Maiakóvski, mas isto não era motivo para deixarmos de morar na mesma casa. Tanto Óssip como Maiakóvski eram criaturas superiores que viam com a maior naturalidade estes problemas de amor e sexo. Ambos eram grandes admiradores do romance Que fazer? de Tchernichévski. Hoje em dia, pouca gente lê este romance (de 1863), dizem que é chato, mas não é verdade, chatos são os que dizem isto. É uma pena.
Você leu?"

Lília - ou Lili - Brik, a grande figura feminina na vida de Maiakóvski, suicidou-se aos 86 anos.

MAIAKÓVSKI
Entrei na barbearia e disse, sem espera:
"Por gentileza, penteie-me as orelhas."
O meloso barbeiro ficou cheio de abelhas,
seu rosto se alongou com uma pêra.
"Mentecapto!
Palhaço!" —
saltaram as palavras.
Insultos relincharam pelo espaço,
e l-o-o-o-o-ngamente
ouviu-se o rinchavelho
de uma cabeça que brotou por entre a gente
como um rabanete velho.
(O poema é de 1913, quatro anos antes da Revolução Russa de 1917. Mas a burocracia soviética, que queria poemas úteis à causa, podia compreender a sátira de Maiakóvski? Não, certamente.)

Hino ao crítico
Da paixão de um cocheiro e de uma lavadeira
Tagarela, nasceu um rebento raquítico.
Filho não é bagulho, não se atira na lixeira.
A mãe chorou e o batizou: crítico.
O pai, recordando sua progenitura,
Vivia a contestar os maternais direitos.
Com tais boas maneiras e tal compostura
Defendia o menino do pendor à sarjeta.
Assim como o vigia cantava a cozinheira,
A mãe cantava, a lavar calça e calção.
Dela o garoto herdou o cheiro de sujeira
E a arte de penetrar fácil e sem sabão.
Quando cresceu, do tamanho de um bastão,
Sardas na cara como um prato de cogumelos,
Lançaram-no , com um leve golpe de joelho,
À rua, para tornar-se um cidadão.
Será preciso muito para ele sair da fralda?
Um pedaço de pano, calças e um embornal.
Com o nariz grácil com um vintém por lauda
Ele cheirou o céu afável do jornal.
E em certa propriedade um certo magnata
Ouviu uma batida suavíssima na aldrava,
E logo o crítico, da teta das palavras
ordenhou as calças, o pão e uma gravata.
Já vestido e calçado, é fácil fazer pouco
Dos jogos rebuscados dos jovens que pesquisam,
E pensar: quanto a estes, ao menos, é preciso
Mordiscar-lhe de leve os tornozelos loucos.
Mas se se infiltra na rede jornalística
Algo sobre a grandeza de Púchkin ou Dante,
Parece que apodrece ante a nossa vista
Um enorme lacaio, balofo e bajulante.
Quando, por fim, no jubileu do centenário,
Acordares em meio ao fumo funerário,
Verás brilhar na cigarreira-souvenir o
Seu nome em caixa alta, mais alvo do que um lírio.
Escritores, há muitos. Juntem um milhar.
E ergamos em Nice um asilo para os críticos.
Vocês pensam que é mole viver a enxaguar
A nossa roupa brancos nos artigos?
(poema de 1915)
Tradução de Augusto de Campos e Boris Schnaiderman
A plenos pulmões
Caros camaradas futuros! Revolvendo a merda fóssil de agora, perscrutando estes dias escuros, talvez perguntareis por mim. Ora, começará vosso homem de ciência, afogando os porquês num banho de sabença,
conta-se que outrora um férvido cantor a água sem fervura combateu com fervor. Professor, jogue fora as lentes-bicicleta! A mim cabe falar de mim de minha era. Eu — incinerador, eu — sanitarista, a revolução me convoca e me alista. Troco pelo "front" a horticultura airosa da poesia — fêmea caprichosa. Ela ajardina o jardim virgem vargem sombra alfrombra. "É assim o jardim de jasmim, o jardim de jasmim do alfenim". Este verte versos feito regador, aquele os baba, boca em babador, — bonifrates encapelados, descabelados vates — entendê-los, ao diabo!, quem há-de... Quarentena é inútil contra eles — mandolinam por detrás das paredes: "Ta-ran-tin, ta-ran-tin, Ta-ran-ten-n-n..." (...) [Dezembro, 1929/janeiro, 1930]

Eduardo Alves da Costa No caminho, com Maiakóvski.

Seis coisas que você não precisava saber sobre mim...

Esse desafio se é que podemos chamar assim, foi enviado pela blogada amiga Inara que por sua vez recebeu do blogado amigo Póvoas!
Consiste em contar seis coisas que denigrem ou não minha imagem imaginada.
1-Quando pequena subornava meus irmãos menores para conseguir mais comida e não raras vezes fui pega na dispensa da minha tia literalmente com as mãos na massa.
2-Ler livros pela metade.
3-Ter um perfil falso no orkut.
4-Fazer concursos só para rejeitar as nomeações (já foram mais de 5 nomeações em instituições federais, estaduais e municipais).
5-Ser uma eterna aprendiz do inglês e não conseguir passar do Basic One.
6-Ser obsessiva compulsiva: varrer a casa mais de uma vez por dia, manter as coisas sempre nos lugares, conferir se as gavetas estão em ordem seguidamente, fechar a porta e conferir duas vezes, evitar de pisar nas emendas nas calçadas, fazer tarefas enumerando-as, ex. 3 poemas, 3 contos, 3 tarefas na cozinha, 3 no quarto, 3 e-mails, 3 diversos.
Passo a bola para você: "Porém, ah, porém".

1 de fev. de 2009

Crepúsculo dos ídolos

Hoje irei ler Crepúsculo dos ídolos. Muitas anotações farei em minha agenda pessoal e outras deixarei aqui registradas em bits e bytes de luz.

A mulher perfeita faz literatura, tal como faz às vezes um pecado pequeno: de passagem, para experimentar, voltando a cabeça para ver se está alguém a reparar nela, e para que reparem nela... Nietzsche._________________________________________________________

A fórmula da minha felicidade: um sim, um não, uma linha recta, uma finalidade ... Nietzsche._________________________________________________________

Anotações perdidas e quase esquecidas no crepúsculo do meu dia: - É possível conhecer algo efetivamente ? O quê efetivamente conhecemos? É profundamente lamentável, mas não sei conhecer e tampouco consigo, na maior parte do tempo, como Sócrates dominar meus instintos. In: Crepúsculo do ídolos, p.26, leia-se : "Razão=virtude=felicidade significa tão-só: é preciso imitar Sócrates, e lutar contra os apetites obscuros, expondo-os permanentemente à luz do dia - à luz da razão. Sejamos prudentes, precisos, claros; toda a concessão feita aos instintos e ao inconsciente rebaixa...".

Galeria do rock


Pqp!!!
Estive na galeria do rock e tive medo de ser surpreendida!
Como pode, eu tão "moderna", tão despojada, tão, tão, tão ...
Sim, confesso com vergonha que tive medo de trazer uma recordação!
Da próxima vez terei coragem e pro diabo qualquer medo de ser apreendida, surpreendida.
Porque afinal, no final de toda presença ou falta de sorte
o que resta mesmo e nos espera é certamente, a morte !

Consolação

Ávida por acreditar em mistérios, fantasmas, curiosidades, milagres, etc. Rezei e quase me ajoelhei no mausoléu de Maria Judith de Barros.
Bem, acreditem ou não, no mesmo dia recebi meu primeiro milagre! Voltei para Santa Cruz e mais milagres!!! Será verdade, que basta rezar com fé!?
Voltarei para agradecer, as graças alcançadas. Fui agraciada, sou agraciada! e no cemitério da Consolação fui consolada.
Vejam:
Após rezar à Maria Judith de Barros consegui:
-Contato com uma senhora desconhecida que deu telefone fixo e não fixo caso necessitássemos qualquer ajuda em São Paulo;
-Contatos para ir o ano que vem à Inglaterra;
-Lanche gratuito próximo a Av. Paulista e Av. Angélica;
-O primeiro salário do estado sem cortes depois de quase um ano de empréstimos e supressões;
-A grana necessária e suficiente para voltar, emprestar e para o ano todo, ao que parece...
-O resto é tão inusitado e impensável que é também impublicável.

Visitei ainda os mausoléus de:

Mário de Andrade (poeta e escritor)
Monteiro Lobato (escritor)
Marquesa de Santos (benemérita)
Tarsila do Amaral (pintora)
Ruth Cardoso ('Uma andorinha que fez verão')

Leia mais: http://pt.wikipedia.org/wiki/Cemitério_da_Consolação

Imagino as caretas de riso "da minha avidez por acreditar em mistérios" ou do meu quase "despencamento no mausoléu"... Os melhores milagres são os que nunca existiram... dão um pequeno esforço prá preparar e grande facilidade em se fazer acreditar. A 'múmia' de Dona Judith estremeceu ante o meu quase 'estatelamento'. E as bençãos, graças e milagres passaram a ser 'vívidos'... vividos. Não anunciados, proclamados ou conclamados. Óhhh! Louvada sejas vida!

Detalhe:
Estou lendo Dewey , a história de um gato que mudou a vida de uma cidade. "Adotado pelos funcionários da biblioteca pública de uma pequena cidade americana Dewey logo se tornou figura querida entre os moradores, aumentando a frequência da biblioteca.
Paro de ler por alguns instantes o livro (para quem não sabe, Dewey foi um bibliotecário Melvil Dewey e também é nome de sistema de classificação CDD - Classificação Decimal de Dewey) e ligo para São Paulo para agradecer a senhora desconhecida que nos deu o telefone caso precisássemos de ajuda. Descubro que ela é bibliotecária aposentada e da próxima vez, basta ligarmos que ela nos mostrará São Paulo. Me contou também por telefone, uma história curiosa: que estava certa vez no cemitério (ela adora arte tumular) e num instante sobre a relva surgiu a figura de um frei, assustada olhou uma, duas, três vezes! Na terceria vez seu consciente cutucou seu inconsciente e o frei desapareceu. Soube mais tarde que tratava-se de Ildefonso Xavier Ferreira (1795-1871) primeiro professor da Faculdade de Direito de São Paulo e pasmem: Bibliotecário!
Adoro a vida com suas intersecções, conexões, interligações, sincronicidades...verdadeiras ou parte do imaginário?? Não sei não, será o telefone tocando??? Vou atender. Será imaginário ou um bibliotecário??!

Duas horas depois:
Acabo de ser convidada, por um bibliotecário, para dar uma palestra em aula inaugural no curso de biblioteconomia da Furg. O evento deverá ocorrer no dia do bibliotecário 12 de março. Vou me conter ... háháhá hihihi hehehe.

Museu de Arte Sacra

Presépio Napolitano
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O Museu de Arte Sacra mantém uma exposição permanente de presépios, com destaque para o Presépio Napolitano, um dos maiores conjuntos do gênero no mundo, comparável apenas aos de Nápoles e de Nova York. Com 1.620 peças do século 18, reproduz, além da cena da Natividade, uma autêntica vila italiana; importante documento histórico e antropológico acerca da sociedade napolitana. As peças e foram doadas ao Museu por Cecilio Matarazzo.Exposição Permanente de Presépios
Local: Museu de Arte Sacra - Av. Tiradentes, 676 - São Paulo - SP Informações: (11) 3326-1373
Veja mais em : Wikipédia

Impressionante as obras de Anita Mafaltti, expostas no museu. Confira: *

Museu da Língua Portugesa


Quem não vê bem uma palavra não pode ver bem uma alma!
Entre minhas andanças por São Paulo, não pude deixar de voltar ao Museu da Língua Portuguesa!
Na viagem de ida, brincamos com a língua, brincamos de rima, brincamos em português.
Não sei como conseguirei não citar tantas frases belas que li, ouvi e senti no Museu. Não sei como me contentarei em não citar, citar e citar. Eram tantos os poemas, foram tantas as palavras...
Penetra surdamente no reino das palavras.
Pe-ne-tra surdamente no reino .... das palavras.
das palavras.
palavras.
Penetra surdamente
surdamente
no reino das palavras
das palavras
das palavras

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Tem coisas que só São Paulo oferece, de poluição à exposição...
Machado de Assis sempre dividia a obra em capítulos, e utilizava números romanos, por este motivo a exposição sobre Machado de Assis, começa com números romanos, e, não acidentalmente começa no capítulo C.
Depois segue por etc e tal.
- Um homem célebre
- Medalhão
- Pai contra mãe
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CAPÍTULO CXXXVI / INUTlLIDADE

MAS, OU MUITO me engano, ou acabo de escrever um capítulo inútil

(quem tiver a foto da bobina enorme que desenrola passa no teto e termina no cap. CXXXVI / INUTlLIDADE, por favor me envie)
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O Museu da Língua Portuguesa compartilha com a Estação da Luz, desde 2006, o edifício pré-fabricado na Escócia, montado pelos ingleses e inaugurado em 1901, como sede da antiga "São Paulo Railway" que administrava a linha de trem Santos - Jundiaí, principal via de transporte para exportação da produção cafeeira paulista.
É um local de mistura de mistura de línguas: da inglesa, ou francesa, local de celebração da literatura, da poesia, enfim da língua portuguesa!

Wikipédia.