Projeto feito em parceria com a Fundação Lemann faz do Brasil o segundo país do mundo a ter a plataforma
O Google lançou ontem, em parceria com a Fundação Lemann, do
empresário Jorge Paulo Lemman, o YouTube Edu, plataforma dedicada a
servir como vitrine a professores que dão aulas em vídeo no YouTube. O
site terá conteúdo para alunos do Ensino Médio nas disciplinas de
Física, Química, Biologia, Matemática e Língua Portuguesa.
A Fundação Lemann, responsável pela tradução dos vídeos da Khan
Academy, montou a curadoria do acervo educativo do site, reduzindo o
número de vídeos participantes de 93 mil para cerca de 12 mil.
O Youtube Edu foi primeiramente executado na sede do Google, nos EUA,
em 2009. Com a versão nacional, o Brasil se torna o segundo país a
abrigar o projeto. "Começamos em agosto deste ano, acionamos a equipe de
engenheiros do Google de lá, eles nos ajudaram a levantar tudo e aqui
estamos", conta a gerente de marketing do Google Brasil, Flávia Simon.
A equipe de curadoria, formada por 17 professores da Unicamp e do
sistema Poliedro, mapearam os canais de professores com mais audiência e
qualidade, como Me Salva, Calcule Mais, Vestibulândia e Biologia Total,
e convidaram seus autores a participar do site.
Um deles foi IvysUrquiza, professor de física no Maceió, que começou a
gravar suas aulas há 8 meses e tem 600 mil visualizações no seu canal
"Física Total". "Gasto mais do que arrecado, mas a visibilidade compensa
o prejuízo. Hoje não dá para viver só disso, mas daqui a dois anos isso
vai mudar", disse Urquiza se referindo ao sistema de monetização por
anúncio do Youtube, no qual o produtor fica com 55% da receita
publicitária gerada pelas visualizações.
"Não cogito nunca deixar de dar aulas nas escolas, o que eu cogito é
deixar de cobrar para dar aula e não depender disso para sobreviver."
O empresário Jorge Paulo Lemann, se disse entusiasmado com a parceria
e vê na tecnologia uma saída para desenvolver o País. "Espero que em
alguns anos o Brasil seja competitivo também em educação." Estiveram
presentes no lançamento também o presidente da Comissão de Educação na
Câmara, o deputado Gabriel Chalita (PMDB-SP), e o secretário de Educação
do Estado de São Paulo, Herman Voorwald, que aprovaram a decisão do
Google de começar pelo Ensino Médio, apontado como "o maior problema no
Brasil" e onde os índices de evasão são maiores.
Segundo a ONU, o Brasil tem apenas 49,5% da população com ensino
médio completo e responde pela terceira maior taxa de evasão escolar
(24,3%) em um ranking de 100 países.
O Google espera que até março de 2014, vídeos relacionados a ensino fundamental e superior componham a plataforma.
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