Tela Morretense de Lúcio Borges
Morretes dos dias de canícula
De ardente sol abrasador
Sol pendurado na celeste gambiarra
Ativa os teus atores
No prado e na serra
Ao som do canto extridente
Da cigarra
Mas á tardinha
O vento soprando
Da banda do mar
Transforma o mormaço
Em brisa marinha
Pondo o sabiá altaneiro a cantar
E o Nhundiaquara morno e sereno
A passar entre lírios, jasmins
Outras vezes encolhendo-se todo
Em poços profundos
Sôfrego, guarda os brancos lírios
No teu escuro e misterioso âmago
E quando a natureza em fúria
De nuvens o Marumbi envolve
Em catadupa a água corre
Em furor o seu leito cobre
Lavando os teus belos lírios
Desfalecidos pelo terror
Cada vez mais para longe...
Longe...
Para o mar!
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