29 de jan. de 2013

Estrada de ferro Morretes Paranaguá (1890)


Tela Morretense de Lúcio Borges

Morretes dos dias de canícula
De ardente sol abrasador
Sol pendurado na celeste gambiarra
Ativa os teus atores
No prado e na serra
Ao som do canto extridente
Da cigarra

Mas á tardinha
O vento soprando
Da banda do mar
Transforma o mormaço
Em brisa marinha
Pondo o sabiá altaneiro a cantar

E o Nhundiaquara morno e sereno
A passar entre lírios, jasmins
Outras vezes encolhendo-se todo
Em poços profundos
Sôfrego, guarda os brancos lírios
No teu escuro e misterioso âmago

E quando a natureza em fúria
De nuvens o Marumbi envolve
Em catadupa a água corre
Em furor o seu leito cobre
Lavando os teus belos lírios
Desfalecidos pelo terror

Cada vez mais para longe...
Longe...
Para o mar!

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