7 de ago. de 2009

A peste, Albert Camus

Os excluídos

Em épocas de epidemias e pandemias,
De recessos, férias e acréscimos de dias
Nada melhor que reler velhos livros de noite e de dia
Que tratam das mesmas histórias do nosso dia a dia



de sustos e surtos, ou de, calmarias
do que ocorre no sul, do que ocorre no norte
do perigo iminente, latente... falta de sorte?
quando não há igualdade na vida,
porque haveria de haver igualdade na morte?

"Não há igualdade na morte". Albert Camus

"Sim, depois de tudo, estávamos pendurados num fio, e três quartos da população, três quartos exatamente, impacientavam-se por fazer o movimento imperceptível que os inutilizaria" p.40
(...)
"De uma oficina próxima vinha o silvo rápido e contínuo de uma serra mecânica....Estava ali a certeza, no trabalho diário. O resto se prendia a fios, a movimentos insignificantes. Para que pensar nisso? O essencial era cumprir o dever." p.41

"..dar às belas ações importância demasiada equivale a render homenagem indireta ao mal. Pois desse modo damos a entender que as belas ações valem porque são raras, e nas ações dos homens são mais frequentes a maldade e a indiferença. (...) Os males do mundo provem quase sempre da ignorância, e a boa vontade, quando não a esclarecem, pode causar tantos danos quanto a maldade. Os homens são mais frequentemente bons que maus. Ignoram, contudo, mais ou menos, a isto chamam virtude, àquilo vício, e o vício mais desesperador é a ignorância, que presume saber tudo e se arroga o direito de matar." p.121

CAMUS, Albert. A peste. Rio de Janeiro: Editora Record.

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