27 de nov. de 2008

"O cachorrinho riu" ou bobagens pra quem não quer virar pó

Sou uma fdp* mesmo! Blábláblá e pouca ação, muito discurso e pouco comprometimento, muito blábláblá. Ao invés de estar na praça empunhando bandeiras vermelhas ou amarelas, ao invés de estar sacolejando dentro de um ônibus até POA, até o palácio, até sabe lá Deus onde. Ao invés de estar ADIANTANDO minhas horas para tirar folgas....estou aqui, calmamente, teclando, estou aqui silenciosamente lendo, estou aqui calmamente me divertindo, estou aqui pacientemente tentando ser feliz, me envolvendo com coisas e coisas para pensar, com coisas e coisas para não pensar, com coisas e coisas para conseguir suportar a vida.
Acabo de ler aos trancos e barrancos o livro "Pergunte ao pó", de John Fante. Fizeram reserva e tenho que devolvê-lo...droga. Mas ao menos me obriguei a lê-lo. Tenho mil e uma leituras feitas, pelo menos mil tenho que voltar a reler, porque coisas ficaram perdidas no caminho.
Sempre me identifico com algum personagem, desta vez foi com Camila, assim como aconteceu com ela, tudo um dia, poderá me acontecer ao acaso da noite, ao acaso do dia. Entretanto algo mais forte sobreviverá a mim, e esconderá os segredos, esconderá os desejos, esconderá as vontades. E o vento minuano soprará novamente em um inverno qualquer, indiferente ao tempo, indiferente ao lugar, indiferente ao acaso, indiferente a mim mesma, indiferente a tudo e a todos.


"Não lembro bem. Talvez uma semana, talvez duas. Sabia que ela ia voltar. Não fiquei esperando. Vivi minha vida. Escrevi minhas páginas. Li uns livros. Estava tranquilo: ela ia voltar. Seria de noite. Nunca pensei nela como uma coisa a ser vista à luz do dia. Das vezes que a vi, nenhuma tinha sido de dia. Fiquei à espera dela como quem espera a lua."
FANTE, John. Pergunte ao pó. 2. ed. São Paulo: Brasiliense, 1984. 163 p. (Circo de letras ; 13)p. 127

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fdp* filha da paciência. A nota esclarece o verdadeiro sentido, para principalmente aquelas pessoas que riram, maliciaram ou escandalizaram-se, com sigla que poderia ter duplo sentido. Sou uma ex-crente e da minha boca 'santíssima' nunca saiu palavra torpe.
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Inspirada nas personsagens Vera e Camila que adentraram no mais íntimo de Arturo Bandini, que " não é carne, nem peixe nem flor que se cheire", escrevi o que segue e não tem título de Maternidade, nem título adequado.

Um dia vou entrar no teu quarto
e desvendar teus segredos
Um dia vou amaciar tua cama
e te cobrir de beijos
envolver-me em teu mistério
e ouvi-lo dizer que me ama

Um dia lamberei o teu cheiro profundo
entrarei no teu ser e esquecerei este mundo
Um dia estarei ao teu lado como eterno namorado

Morderei tua boca com afeto
e dentro de mim pulsará um feto.



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