19 de out. de 2008

Inspiração após "noites brancas"

Estas palavras perderão-se no silêncio...mas penso que devo-lhe um pedido de perdão. Perdoe minha impaciência e insignificância. Escrevo em lugares públicos para pessoas (na maioria) desconhecidas, sobre assuntos mais desconhecidos ainda. Escrevo e crio confusão, mal entendidos, afinal não tenho maturidade suficiente, leitura suficiente, inteligência suficiente. ...
Sabedoria ! esta está guardada nas tábuas do meu coração, mas tenho que aprender a manejá-la.

Meus pronunciamentos talvez aborrecem, aborreçam. Brinco com as palavras como uma tola. Não consciente no agir, tento seguir o meu distinto coração e esqueço a distinção da palavra dita, que uma vez dita não tem como apagar, esqueço também as palavras que aprendi quando criança, que o coração é enganoso, mais do que todas as coisas, e incorrigivel. Os evangelhos trazem uma passagem de que o que sai do homem é o que o contamina. Pois do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as prostituições, os homicídios, os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a lacívia, a inveja, a blasfémia, a soberba, e a loucura. Todos estes males procedem de dentro, e contaminam o homem. E o livro de Provérbios 4:23 diz: "Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, pois dele precedem as saídas da vida."
Devo, tenho, preciso cuidar deste coração, porque basta baixar guarda dele para que ele rapidamente apareça, transpareça, se aqueça com toda a sua vitalidade, com a vitalidade da vida.
E esqueça.
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Vejam como este tolo coração é! Ele acaba com os meus sonhos de mundo fantástico num segundo, ele empalidece meu mundo, ele sonha com uma utopia...ele me aproxima do zero, do vazio invisível, indivisível, indizível.........Estes dias mesmo andava pelas ruas de uma Santa cidade, era bem próximo de um Cruzamento, que me levaria depois para as bandas do lado Sul. Ia tagarelando comigo mesma e com mais duas pessoas, estava com meu chapéuzinho marrom e falava de banalidades cotidianas, comidas, perfumes, crianças, educação, viagens etc. como sempre me apetece falar nos momentos de vadiagem.... De repente por um instante julguei ter visto ele. Santo Deus, era ele! No mesmo instante saltei dos braços do meu companheiro (um dos que caminhavam comigo) e voei ao encontro deLe, queria arrastá-lo atrás de mim como Nastenka fez. E fiz, larguei meu companheiro no meio de uma vida e durante longas horas permaneci indo ao encontro de um enorme e doloroso silêncio. Talvez as noites brancas nunca existiram em minha vida, ou se existiram não existem mais. Será que um dia novamente existirão? Talvez me reste somente noites negras, escuras como bréu, felizmente posso ainda olhar as estrelas e tentar com a ajuda delas imaginar como seria o céu! Consigo ainda olhar meus passos rápidos e lentos que vão em direção a um lugar, procurando encontrar uma saída, além do céu, além da vida, além do sofrimento. Procurando encontrar algo novo, um motivo, um momento, um porquê, uma razão...razão...razão...., e não descansarei, enquanto meus pés pisarem este tórrido chão.

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