23 de out. de 2008

O crocodilo

Quase 3h30 da manhã! Tenho que trabalhar amanhã, oras!!!!
Mas vamos lá, vamos lá...só mais uma postagem, vai.

Acabo de ler apressadamente, O Crocodilo de Fiódor Dostoiévski.
"....Em primeiro lugar, o crocodilo, para meu espanto, é completamente vazio. O seu interior consiste como que num enorme saco vazio, de borracha (...) O crocodilo possui somente mandíbulas, providas de dentes aguçados, e uma cauda consideravelmente longa; realmente, é tudo. E, no meio, entre essas duas extremidades, fica um espaço vazio (...) Qual é a propriedade fundamental do crocodilo? A resposta é clara: engolir gente. Como conseguir então, pela disposição do crocodilo, que ele engula gente? A resposta é ainda mais clara: fazendo-o oco. Já está há muito resolvido pela física que a natureza não tolera o vazio. De acordo com isto, também as entranhas do crocodilo devem ser justamente vazias, para não tolerar o vazio; por conseguinte, devem incessantemente engolir e encher-se de tudo o que esteja à mão. E eis o único motivo plausível por que todos os crocodilos engolem a nossa espécie. Não foi o que sucedeu, porém, na disposição do homem: quanto mais oca, por exemplo, é uma cabeça humana, tanto menos ela sente ânsia de se encher; e esta é a única exceção à regral geral....". pág. 43.
DOSTOYÉVSKY, Fyodor. O crocodilo; Notas de inverno sobre impressões de verão. 3. ed São Paulo: Ed. 34, 2000. 163p

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